sexta-feira, janeiro 04, 2002
O ano começa bem. Eu e Emília Superpoderosa no Bar Filial com Kika, Gabs e Gabriela!
quinta-feira, janeiro 03, 2002
Assisti no Rio ao Hedwig and The Angry Inch. A prova de que rock'n'roll furioso não depende de testosterona. Filme foda esse. Imperdível para quem sente o r'n'r. Uma odisséia punk-glam!
A vida a dois pode ser algo muito legal. O foda é que não vem com manual de instruções...
TAPA COM LUVA DE GUERNICA!
Empresas Não Sonham Com Carneiros Elétricos
A História tem mostrado a luta do indivíduo contra a estatalidade opressora. A Carta Magna de João Sem Terra. A Revolução Francesa. O constitucionalismo democrático. As guerras de independência.
Mas, se esta batalha ainda não pode ser dada como ganha - como, de resto, jamais poderia sê-lo - , surge um novo inimigo. Inimigo até mais sedicioso. O Estado é um dado evidente. Possui uma mastodôntica estrutura militar. Conta com um óbvio aparato burocrático, policial e diplomático.
Uma empresa é mais sutil.
A empresa joga nas entrelinhas. A maior parte de seus comandos não estão escritos. Ela sugere. Os funcionários introjetam o discurso: 'sempre foi assim, e, portanto, é melhor que você seja assim também'. De qualquer forma - e este é um instrumento que ela saberá jogar na sua cara - , você está ali porque quer.
Por isso que se deve lutar pela eficácia horizontal dos direitos humanos.
O que é isso?
Simples: os direitos humanos não vinculam apenas o Estado, mas são aplicáveis também às relações privadas. No nosso caso em particular, trata-se de delimitar claramente os limites à atuação da corporação na vida íntima. Por exemplo: o direito à privacidade. Mas isto é só a faceta mais recorrente. Falemos também do direito a uma vida cindida da da empresa.
Novos ares. Amigos diferentes. Papos que se afastem dos assuntos profissionais ou dos motivos 'profissionais ainda que engraçadinhos'. Todos temos direito a isso: mas nem todos querem ter esse direito, e esta é a fotografia da mais sórdida servidão voluntária de que se tem notícia.
O pensamento único tem uma dimensão privada. É o pensamento corporativo.
Chega a ser preocupante esta adoração nazifascista que algumas empresas exigem. A adoção de uma 'cultura interna' que inclui subordinação, medo e bajulação endêmica. A idolatria de uma estrutura organizacional cujo objetivo é o lucro.
Porque, não tenhamos dúvidas: uma empresa é isso. 'Empresa' é o nome da forma administrativa de uma sociedade comercial. E desde a Idade Média já se diz - 'finis mercatorius est lucrus'. O fim do comerciante é o lucro. A despeito de 'balanços sociais'. Inobstante o discurso moderninho, a maquiagem e o perfume. Uma sociedade comercial, venda ela churros ou 'soluções informatas', encontra sua razão de ser quando o saldo é positivo. A IBM e o Carro do Pão encontram-se mais próximos do que se pensa.
Não seja medíocre. Não ame sua empresa. Porque ela não o ama. Por mais que o ambiente profissional seja agradável. Por mais que as piadas sejam engraçadas. 'Amor' pressupõe conhecimento recíproco entre dois seres humanos. A empresa é uma abstração. Ela aproveita sua energia física e intelectual, arbitra um valor e, em função do tempo, paga o seu salário: é tudo. Não caia na asneira de imaginar que uma empresa possa ser humanizada. Não pode. Ao contrário, muitos empregados é que podem ser desumanizados. Como todos sabemos muito bem.
Aquela festa com bolo e Coca-Cola comprados no Rei dos Salgadinhos que serviu para a comemoração do seu aniversário? Os colegas fazendo 'êêêê' com chapeuzinho e língua da sogra? Não cometa a cava tolice de achar que isso é sinônimo de amor empresarial. Sem contar que seus colegas, quando fazem 'êêêê' para você, estão deixando de trabalhar. O que é sempre muito bom. Se você fizer alguma tolice ou não render tanto quanto se espera, não haverá agenda com logotipo ou reloginho no final do ano que impeça a achapante conclusão de que você está no olho da rua. Ao menos você terá uma língua da sogra para assoprar até a inanição.
Diligência profissional e zelo. É o que se pode e o que se deve dar. Mas nada de amor. Amemos nossos amigos e nossa família. Daqui a algumas dezenas de anos, quando estivermos morrendo nas nossas camas, é a nossa família que nos assistirá. Nessa mesma época algum outro idiota estará se envaidecendo com a fotinho de funcionário padrão.
A máquina de café expresso. O ar condicionado. A risada frívola dos colegas de escritório, que o aturam com a cordial deslealdade sobre a qual se constrói uma carreira. Convenhamos: ninguém nasceu para isso.
Kant dizia que o homem é um fim em si mesmo, e que o Estado é 'meio'. Se isso é verdade para o Estado - cujo objetivo é o bem comum - , o que dirá de uma empresa, cujo objetivo é o enriquecimento de alguns. Não seja otário. Não bata palma para maluco dançar.
Quer dizer: não faça na vida profissional o que você faz na privada.
Evasão de Privacidade
(Esse cabra evasivo eu nem sei direito quem é. Só sei que o que ele tem um texto filhadaputa de bom. O título é dadaísmo puro. E tem tudo a ver com o Cluetrain Manifesto. A dica é da Emília Superpoderosa. Não perdam!).
Empresas Não Sonham Com Carneiros Elétricos
A História tem mostrado a luta do indivíduo contra a estatalidade opressora. A Carta Magna de João Sem Terra. A Revolução Francesa. O constitucionalismo democrático. As guerras de independência.
Mas, se esta batalha ainda não pode ser dada como ganha - como, de resto, jamais poderia sê-lo - , surge um novo inimigo. Inimigo até mais sedicioso. O Estado é um dado evidente. Possui uma mastodôntica estrutura militar. Conta com um óbvio aparato burocrático, policial e diplomático.
Uma empresa é mais sutil.
A empresa joga nas entrelinhas. A maior parte de seus comandos não estão escritos. Ela sugere. Os funcionários introjetam o discurso: 'sempre foi assim, e, portanto, é melhor que você seja assim também'. De qualquer forma - e este é um instrumento que ela saberá jogar na sua cara - , você está ali porque quer.
Por isso que se deve lutar pela eficácia horizontal dos direitos humanos.
O que é isso?
Simples: os direitos humanos não vinculam apenas o Estado, mas são aplicáveis também às relações privadas. No nosso caso em particular, trata-se de delimitar claramente os limites à atuação da corporação na vida íntima. Por exemplo: o direito à privacidade. Mas isto é só a faceta mais recorrente. Falemos também do direito a uma vida cindida da da empresa.
Novos ares. Amigos diferentes. Papos que se afastem dos assuntos profissionais ou dos motivos 'profissionais ainda que engraçadinhos'. Todos temos direito a isso: mas nem todos querem ter esse direito, e esta é a fotografia da mais sórdida servidão voluntária de que se tem notícia.
O pensamento único tem uma dimensão privada. É o pensamento corporativo.
Chega a ser preocupante esta adoração nazifascista que algumas empresas exigem. A adoção de uma 'cultura interna' que inclui subordinação, medo e bajulação endêmica. A idolatria de uma estrutura organizacional cujo objetivo é o lucro.
Porque, não tenhamos dúvidas: uma empresa é isso. 'Empresa' é o nome da forma administrativa de uma sociedade comercial. E desde a Idade Média já se diz - 'finis mercatorius est lucrus'. O fim do comerciante é o lucro. A despeito de 'balanços sociais'. Inobstante o discurso moderninho, a maquiagem e o perfume. Uma sociedade comercial, venda ela churros ou 'soluções informatas', encontra sua razão de ser quando o saldo é positivo. A IBM e o Carro do Pão encontram-se mais próximos do que se pensa.
Não seja medíocre. Não ame sua empresa. Porque ela não o ama. Por mais que o ambiente profissional seja agradável. Por mais que as piadas sejam engraçadas. 'Amor' pressupõe conhecimento recíproco entre dois seres humanos. A empresa é uma abstração. Ela aproveita sua energia física e intelectual, arbitra um valor e, em função do tempo, paga o seu salário: é tudo. Não caia na asneira de imaginar que uma empresa possa ser humanizada. Não pode. Ao contrário, muitos empregados é que podem ser desumanizados. Como todos sabemos muito bem.
Aquela festa com bolo e Coca-Cola comprados no Rei dos Salgadinhos que serviu para a comemoração do seu aniversário? Os colegas fazendo 'êêêê' com chapeuzinho e língua da sogra? Não cometa a cava tolice de achar que isso é sinônimo de amor empresarial. Sem contar que seus colegas, quando fazem 'êêêê' para você, estão deixando de trabalhar. O que é sempre muito bom. Se você fizer alguma tolice ou não render tanto quanto se espera, não haverá agenda com logotipo ou reloginho no final do ano que impeça a achapante conclusão de que você está no olho da rua. Ao menos você terá uma língua da sogra para assoprar até a inanição.
Diligência profissional e zelo. É o que se pode e o que se deve dar. Mas nada de amor. Amemos nossos amigos e nossa família. Daqui a algumas dezenas de anos, quando estivermos morrendo nas nossas camas, é a nossa família que nos assistirá. Nessa mesma época algum outro idiota estará se envaidecendo com a fotinho de funcionário padrão.
A máquina de café expresso. O ar condicionado. A risada frívola dos colegas de escritório, que o aturam com a cordial deslealdade sobre a qual se constrói uma carreira. Convenhamos: ninguém nasceu para isso.
Kant dizia que o homem é um fim em si mesmo, e que o Estado é 'meio'. Se isso é verdade para o Estado - cujo objetivo é o bem comum - , o que dirá de uma empresa, cujo objetivo é o enriquecimento de alguns. Não seja otário. Não bata palma para maluco dançar.
Quer dizer: não faça na vida profissional o que você faz na privada.
Evasão de Privacidade
(Esse cabra evasivo eu nem sei direito quem é. Só sei que o que ele tem um texto filhadaputa de bom. O título é dadaísmo puro. E tem tudo a ver com o Cluetrain Manifesto. A dica é da Emília Superpoderosa. Não perdam!).
quarta-feira, janeiro 02, 2002
para medir o calor
do dia, olhe o comprimento
do gato que dorme
James W. Hackett
Tradução de Carlos Seabra
Na Caixa de Haikai tem mais...
do dia, olhe o comprimento
do gato que dorme
James W. Hackett
Tradução de Carlos Seabra
Na Caixa de Haikai tem mais...
Agora chega. Quero me mandar.
The Amps
Falei de Breeders. Quando a irmã da Kim Deal foi em cana, ela deu um tempinho com as "parideiras" e montou o The Amps. Outra puta banda. Que não é nada diferente de tudo o que a Kim Deal faz. Que ótimo! O site do grupo tem um disco inteiro ao vivo em MP3 para download. Não o baixei ainda, mas o farei.
Falei de Breeders. Quando a irmã da Kim Deal foi em cana, ela deu um tempinho com as "parideiras" e montou o The Amps. Outra puta banda. Que não é nada diferente de tudo o que a Kim Deal faz. Que ótimo! O site do grupo tem um disco inteiro ao vivo em MP3 para download. Não o baixei ainda, mas o farei.
Se eu não colocar um pouco daquela maldita ordem cartesiana na minha vida é melhor pegar minha nave e voltar pra casa. Lá todo mundo entende a delícia que é o caos. Como a idéia é ficar mais um pouco nesta forma humana, me consolo com budismo e uma máxima que dá um pouco de dignidade à Ordem: "Disciplina é Liberdade".
É Emília Superpoderosa... voltamos.
Cânticos
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cris outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre o outro.
Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
(Cecília Meireles)
Quem me passou essa beleza foi Emília Superpoderosa, que por sua vez repassou um email da Marta Gil, da Rede Saci.
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cris outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre o outro.
Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
(Cecília Meireles)
Quem me passou essa beleza foi Emília Superpoderosa, que por sua vez repassou um email da Marta Gil, da Rede Saci.
segunda-feira, dezembro 31, 2001
The Breeders Voltaram!!!
Mas há boas novas também. Ganhamos de volta The Breeders, com direito a disco novo! Nós pobres órfãos de Pixies, não estamos mais desprovidos.
Mas há boas novas também. Ganhamos de volta The Breeders, com direito a disco novo! Nós pobres órfãos de Pixies, não estamos mais desprovidos.
Perdemos Cassia Eller. Nunca fui um super fã. Mas sempre admirei sua atitude e música de qualidade. Boa Sorte Cássia!
Mas, não estou bravo não, tá tudo ok. Trouxe um monte de bugigangas fonográficas para trocar numa feirinha maneira de CDs que tem aqui no Rio, do lado da Biblioteca Nacional, uma rua de pedestres que corta o quarteirão e liga a rua México à Rio Branco, no Centro. E fui também à Berinjela, uma das melhores lojas de música do Rio, onde o povo sabe do que vocês está falando quando encomenda um CD. Final da história: voltei pra casa da Lau com ótimos CDs. Holly Roller, excelente coleânea do Reverendo Horton Heat; Mezzanine do Massive Atack e (esse é foda!) Propellerheads, o disco que chama decksanddrumsandrockandroll. De fato eu me recupleto com brinquedinhos sonoros e THC. Pobdre alma, pobdre Iguana!
.
Reconheço minha responsabilidade quando é o caso. Não foi o caso. E THC não deu pra segurar esta. O meu prozac de pobre não é pó de pirlimpimpim de problemas.
Braços Abertos Sobre a Guanabara
Vamos deixar de cerimônias. Se há uma coisa que odeio é o efeito pau-mole que os antianciolíticos causam nas mulheres. Depois de várias dezenas minutos cheios de carícias, penetrações lentas, sentidas de um tato detalhado, do perfume do corpo, de beijos úmidos, dos quadris dançando juntos, as coxas se tocando próximas à virilha, depois de tudo isso... nada! A libido diluida com eféxor ?!!! E a culpa é minha?!!!!
Vamos deixar de cerimônias. Se há uma coisa que odeio é o efeito pau-mole que os antianciolíticos causam nas mulheres. Depois de várias dezenas minutos cheios de carícias, penetrações lentas, sentidas de um tato detalhado, do perfume do corpo, de beijos úmidos, dos quadris dançando juntos, as coxas se tocando próximas à virilha, depois de tudo isso... nada! A libido diluida com eféxor ?!!! E a culpa é minha?!!!!
Relaxando Cada Fibra da Vida
Vamos deixar de cerimônias. O Rio - do jeito que o encontrei aqui no Leblon, na casa da Lau - é um spa mental. Liguei o foda-se e o botÃO EMPERROU. Opa, emperrou mesmo. :) Estou navegando nuvens de THC nestes dias, petiscando o Senhor dos Anéis com preguiça e sorvendo o carinho de gente muito especial, que diz que me adora sem pedir nada em troca. Viva! Tenho amigos maravilhosos no Rio. Quando as pessoas não estão com suas cabeças enfiadas em seus umbigos, como avestruzes, elas estão perto de todos.
Vamos deixar de cerimônias. O Rio - do jeito que o encontrei aqui no Leblon, na casa da Lau - é um spa mental. Liguei o foda-se e o botÃO EMPERROU. Opa, emperrou mesmo. :) Estou navegando nuvens de THC nestes dias, petiscando o Senhor dos Anéis com preguiça e sorvendo o carinho de gente muito especial, que diz que me adora sem pedir nada em troca. Viva! Tenho amigos maravilhosos no Rio. Quando as pessoas não estão com suas cabeças enfiadas em seus umbigos, como avestruzes, elas estão perto de todos.